Enquanto o mundo discute o (ainda) fenômeno Madonna e se ela
vende bem, a cantora emplaca seu álbum no topo das paradas e
dita as regras do mundo pop.
Alguns pensaram que Ela tinha acabado. Eu pensei que seus trunfos tinham acabado. Outros insinuaram que ela era velha demais para se referir a si mesma como uma “menina“. Alguns pensam ainda que a música pop passou por ela. Já outros pensaram que Lady Gaga realmente tinha acabado com ela.
Então, olhamos para o mundo musical e vemos o que o seu novo álbum MDNA fez com o mundo. E vemos como todos estavam errado. Todos pensaram errado.
Seu novo álbum, o 12º de sua carreira estreou em nº 1 na parada de álbuns – ainda uma das mais importantes do mundo -, e ela tem dois singles no Top Dance. – se você está com dúvida, veja a própria homenagem da Billboard – Foi o álbum mais vendido da semana no mundo todo. Ela tem 53 anos e os clubes, a mídia, o público procuram por ela. Crianças de 4 anos cantam “Give Me All Your Luvin’” e os clubes do mundo todo “batem cabelo” ao som da canção, que é o seu 38º sucesso no Top 10 da parada pop. Simplesmente, mais do que Elvis e mais do que Beatles. Ela pode não ser a melhor – alguns dizem -, mas é evidente que ela fez e vai fazer mais.
Ela ganhou o Globo de Ouro esse ano e sua performance no intervalo do SuperBowl, há mais de 2 meses, atraiu mais espectadores do que o jogo em si, segundo a Nielsen, que mede a audiência americana. E olha que a final do jogo era liderada por dois grandes e rivais times. A percepção que alguns podem ter é que apenas os homens gays se interessam por ela. Mas como dizer que isso é verdade quando ela comove uma nação inteira em um jogo tipicamente “macho e familiar” e quando sua audiência atinge 114 milhões de telespectadores que sintonizaram para vê-la no intervalo. Ainda segundo a Nielsen, a audiência do show da Madonna, para o mundo todo, foi de bilhões de telespectadores.
A realidade é que é difícil para a música pop deixar para trás alguém que continue a liderar e mostrar para os outros como se faz ou como fazer daqui para frente. Madonna teve a maior turnê da história em termos de arrecadação e precisou fazer bem menos da metade dos shows de quem tenta superá-la em segundo lugar. Já vendeu bem mais do que 300 milhões de discos no mundo inteiro. Ela é uma criança dos anos 80, cujo o hino Hung Up (2005), detém o recorde no Guinness Book no topo das paradas em 41 países, enquanto MDNA (2012) foi nº01 no iTunes em 40 países (na pré-venda foram 54 países).
Isso não é “over”. Isso não é algo para deixar passar em branco. Isso é o que é agora.
Deus realmente faz o trabalho de maneiras misteriosas. Olhamos o mundo pop e vemos a carreira de Madonna sendo liderada por ela de forma excepcional em um momento em que aprendemos muito sobre a dureza do mundo pop com Whitney Houston e sua morte solitária em um quarto de hotel (isso nos faz lembrar a cena do filme “Na Cama Com Madonna” enquanto uma multidão cerca o hotel e grita “Madonna” e a cantora diz que nunca se sentiu tão sozinha-. Madonna e Whitney lançaram seus álbuns de estréia com diferença de apenas dois anos entre um e outro, Madonna em 1983 e Houston em 1985.
Claro, Houston era um modelo de voz potente para todas as idades, enquanto Madonna rolava no chão do MTV Music Awards com sua voz fina e desajeitada, em um vestido de noiva proclamando que se sentia como uma virgem. Se alguém poderia prever um final trágico, diante dessas cenas, naquela época seguramente seria uma boa aposta citar Madonna. Mas, como falamos, Deus tem seus mistérios e Houston se foi, Michael Jackson se foi, o Prince é semi-aposentado e, com exceção do U2, todos os outros vivem e fazem dinheiro com seus sons nostálgicos.
Enquanto isso, Madonna tornou-se indiscutivelmente, a maior artista de gravação de todos os tempos. E quem poderia imaginar?
Quanto à música, seu mais recente CD não vai muito além de qualquer terreno novo, mas serve para lembrar a todos que ela é quem manda no terreno e qualquer Gaga, Rihanna, Beyoncé e outros que estão caminhando, cada vez que receber um cheque de royalties, deveriam estar enviando um parte a Madonna.
MDNA tem seus momentos de brilhantismo e não é apenas mais um CD pop. “Gang Bang” é pura genialidade. Já pelo título, percebe-se que não é uma faixa para as rádios. Não, ela não é nada amigável e, em poucas palavras, é por isso que Madonna é o que é.
Você pode dizer que está assistindo a um filme de Woody Allen com os primeiros cinco minutos de diálogo. Você pode identificar uma prosa bonita de Toni Morrison em algumas páginas. Fato é que estava escutando o álbum e meu sobrinho estava ao lado, quando peguei ele, de apenas 8 anos, cantarolando “Give Me All Your Luvin’” e entendi o recado de Madonna.
“É Madonna?”, perguntou ele.
“Sim”, eu disse.
“Puxa, muito legal, você pode me emprestar o cd?”
Eu ainda me pus a pensar se emprestava ou não. Não por ser o meu CD da Madonna, mas pelo peso de algumas letras. Como dissemos, não tem músicas muito amigáveis, mas, novamente, não seria Madonna se assim não o fosse.
Enquanto uma multidão briga para tentar compreender Madonna, voltamos ao título do texto. Desculpe, mas Madonna não precisa de explicações. Ela mesma não se explica. Ela merece aplausos. Ela reinventa a roda. E nós, como meros mortais por viver na mesma época em que ela – embora ela esteja algumas a frente -; tentamos ainda explicar o inexplicável.
Porque Madonna lidera, outros seguem. Melhor deixar assim.
Livremente inspirado no texto de LZ Granderson, da CNN
(matéria retirada do site http://estilomadonna.com.br/)
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