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terça-feira, 25 de junho de 2013
Gays que não são ativos, passivos e nem versáteis: são "Gouines"!
“Gouines” são pessoas que praticam “gouinage”. Ótimo! Porém, isso não é muito esclarecedor, talvez porque são termos importados – neste caso da França, a terra da liberdade,igualdade e da fraternidade.
Nova tendência
Pois bem, em tradução exata “gouine” seria algo como gay “lésbico” ou um gay que faz sexo da mesma forma que as lésbicas. A palavra francesa “gouinage” significa em sentido literal “lesbianismo”, mas não é associada exclusivamente às lésbicas. Ela remete à prática sexual que consiste no sexo sem penetração. Sim, existe sexo sem penetração. Na França, o “guinage” é discutido como uma nova tendência, já no Brasil o tema é recente, mas claro que a prática é comum desde sempre. Ela só ganhou um nome.
O “gouinage” é o que chamamos no senso comum de sexo preliminar – para os adeptos, suficiente para se atingir o orgasmo. Para os “gouines”, o sexo “convencional” envolve um ativo, que é sempre um pouco dominador, e o inverso para o passivo.
Depoimentos
O primeiro veículo de comunicação a abordar o assunto com tal terminologia foi a revista francesa “PREF mag”, com a matéria “Ser Gouine ou Não ser?”. A matéria apresenta depoimentos de algumas pessoas adeptas dessa prática:
“Eu não conhecia, mas achei o estilo com ar mais cool, com menos pressão e tensão. Nós passamos duas horas na cama durante o dia e nenhuma das minhas transas, até aquele momento, duraram tato tempo assim. Tornei-me adepto e em meu cadastro on-line deixei claro: “Gouinage ou nada mais”. Agora, não faço nada mais que envolva penetração” confessa o bar man Marc que conheceu a tendência de maneira casual enquanto casava pela internet. Ao marcar um encontro o parceiro propôs que fizesse sexo daquela forma.
“Sempre vi minha sexualidade como algo sujo e a culpa sempre esteve presente. Eu tinha vergonha do sexo, de ir necessariamente ao cu para gozar. Tinha mais vergonha ainda de confessar aos meus parceiros que eu preferia não fazer o sexo anal”, completa o estudante de tatro Ben, de 19 anos, outro adepto da prática.
Marc ainda contou a “PREF mag” que a penetração não é de todo descartada “ [...]você pode utilizar acessórios já que penetrar também faz parte do prazer. Mas a penetração é apenas uma parte do jogo. É tão importante quanto tocar, lamber, olhar[...]. O gouinage é uma prática livre que não tem códigos nem restrições”, finaliza o rapaz.
Polêmica
A nova moda já começa a se espelhar por sala de bate-papo e publicações de sexo na França, crescendo cada vez mais como forma definitiva ou uma alternativa sexual. A prática também já criou polêmica. Nos poucos lugares do mundo onde o tema está sendo discutido, a controvérsia é inevitável. Os que são contra, consideram que a prática é uma negação do sexo e afirmam que pra ser considerado sexo é indispensável haver penetração. Do outro lado estão aqueles que descobriram no “gouinage” o prazer ideal, distante das tensões e dos desconforto causados pela penetração.
Muita gente não entende o constrangimento de assumir que não gosta de penetração, tanto numa relação ativa ou passiva. Por anos tentam avaliar sua vida sexual, buscando entender o que afinal gostam. Muitas vezes se sentem incompletos diante das possibilidades tradicionais. Até chegar o momento de descobrirem que o que gostam já tem um nome: “gouinage”. Futuramente, com a divulgação dessa possibilidade sexual, muita gente vai deixar de se sentir “anormal” e descobrir que tem milhares de pessoas que gostam da mesma coisa. Com muitas variedades no mundo do sexo, isso é só mais uma e é perfeitamente normal.
O “gouinage” nas redes sociais
No Brasil, nos últimos 5 anos, principalmente depois do artigo da “PREF mag”, surgiram comunidades em redes sociais que reúnem cada vez mais pessoas adeptas as quais, em algum momento de suas vidas, descobriram não só a possibilidade de satisfação sexual através do “gouinage”, mas também que há muitos praticantes! Muitos até afirmam que a descoberta foi como uma “segunda saída do armário”.
No momento, a falta de informação sobre o assunto ainda é um inconveniente para o entendimento do “gouinage”. Alguns vão mais longe quando compararam o gouinage ao sexo “tântrico”, mas ao contrário deste, naquele você não precisa de técnicas para aumentar o prazer, mas apenas de criatividade – quanto mais criatividade, melhor. Outros a descrevem erroneamente de “sexo preliminar”, que consiste promover a excitação do parceiro através de carícias, masturbação e sexo oral, mas isso daria a “gouinage” uma ideia de sexo incompleto quando na verdade, para eles, não é.
Sensações
Quantas vezes você se envolveu emocionalmente com um cara e se decepcionou porque sexualmente ambos curtiam a mesma posição¿ No gouinage, não há ativos nem passivos, ambos possuem a mesma vantagem sexual e nunca serão incompatíveis sexualmente, desde que a prática seja consensual. Como não há penetração, não há também tensão, dor ou desconforto. Assim, se utiliza todo ato sexual para a exploração dos sentidos como o olhar, o toque, o cheiro, o gosto e isso permite levar o prazer a um nível mais elevado.
Logo, “gouinage” pode se resumir em sexo sem penetração. Nessa visão, a penetração é algo dispensável e o verdadeiro sentido vai muito além de qualquer definição. Assim como existem ativos passivos e versáteis, os chamados “gouines” são mais uma alternativa para o sexo, pois a prática do gouinage compreende todos os ingredientes para se alcançar o orgasmo: estudar o corpo do parceiro, excitá-lo, senti-lo e proporcioná-lo prazer. Ou seja, de sexo incompleto não tem nada.
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